• 22 maio 2017

    Amplia e aprofunda-se a crise política do regime capitalista

24 de maio de 2017

É preciso retomar a greve geral!

O que está em jogo é a vida das massas

Derrotar e enterrar o plano de reformas antinacional e antipopular

Abaixo o governo burguês, golpista, e corrupto de Temer!

Assim que Temer foi denunciado, reiniciaram-se as mobilizações. Essa é a via para combater e derrotar as reformas da previdência e a trabalhista. Mas é preciso retomar o ponto alto da greve geral de 28 de abril.

O governo golpista de Temer está morto. Mas o golpe continua vivo. Somente será enterrado com a derrocada das reformas antinacional e antipopular. E quem a enterrará são a classe operária em greve e as massas nas ruas.

Não por acaso, uma parte dos golpistas quer que Temer se vá, mas que fiquem as reformas. Não devemos aceitar a posição de que a derrubada das reformas depende de um novo governo eleito e que por isso, agora, se trata de concentrar as mobilizações em torno da bandeira de eleições diretas. É precisamente o contrário: trata-se de retomar a greve geral, mais ampla e mais potente, para destruir o plano de reformas. É por essa via que a classe operária e os demais explorados darão o golpe de misericórdia no governo e desfecharão uma ofensiva contra a burguesia nacional e o imperialismo, que promovem o mais bárbaro retrocesso nas relações trabalhistas do País.

Certamente, a classe operária, sem um poderoso partido revolucionário, não tem como marchar sob a estratégia própria de poder. Mas a vanguarda consciente, socialista, está obrigada a ajudá-la a avançar nesse sentido. É partindo de suas reivindicações vitais que se levantarão contra os exploradores e sentirão a necessidade de lutar por um governo próprio, o governo operário e camponês.

As reivindicações vitais do momento são defesa da previdência, dos direitos trabalhistas, dos empregos e dos salários. Essas necessidades unem a maioria oprimida, como ficou demonstrado na greve geral.

A luta interburguesa em torno de se Temer será substituído por um governo eleito indireta ou diretamente já se faz sentir nas mobilizações. As centrais tornaram a luta pela derrubada das reformas em secundária. A greve geral, ao contrário, mostrou nitidamente que os explorados acataram o chamado das centrais para combater as reformas e assim se chocaram com o governo golpista, com o Congresso Nacional e com os capitalistas.

Não há dúvida de que diante de um golpe institucional e de um governo golpista, naturalmente se coloca a luta democrática, uma vez que a classe operária não está ainda em condições de dirigir um movimento de maioria nacional pela tomada do poder. No entanto, qualquer que seja a bandeira democrática deve estar subordinada à luta contra a classe capitalista e seu governo.

Não é indiferente, certamente, se o Congresso ou o STF elege o novo presidente, ou se eleições são convocadas. Os explorados podem projetar sua luta rechaçando a constituição de um novo governo pelas mesmas forças golpistas e que encarnam as reformas de Temer/Meirelles. O fundamental, porém, é que a oposição burguesa, representada pelo PT, está à procura de sua recomposição política após o impeachment, e se coloca a serviço de um setor da burguesia que considera necessário legitimar um governo pelas eleições. De forma que a estratégia de eleições presidenciais serve aos interesses da burguesia e que por isso subordina a luta contra as reformas à constituição de um novo governo. Está claro que não parte da luta política das massas oprimidas.

Não se pode ocultar dos explorados que novas eleições significam constituir um novo governo burguês com as velhas forças burguesas subordinadas ao mesmo poder econômico que está promovendo as violentas reformas. De forma que a bandeira de eleições gerais, concretamente, na atual situação de crise, não serve à luta democrática transitória da classe operária. Está sendo inequivocamente manejada como desvio ao levante da classe operária contra as reformas antinacional e antipopular em curso.

Não por acaso, já há vozes dentre os golpistas que admitem a convocação de eleições. Mas essa não é a via mais provável. Temer decidiu não renunciar esperando que o PMDB, PSDB e DEM organizem a saída. Procura ganhar tempo com recursos jurídicos. Se decidir deixar a presidência pela renúncia, a eleição indireta estará bem preparada. Assim foi planejada a reação de Temer.

O problema já não é mais o seu governo e sim a continuidade das reformas. Logo após o escândalo, os agentes da burguesia armaram a linha de separar o governo das reformas. Que caia o governo, mas que fique sua política. Para eles, que saia Temer, mas que permaneçam os ministros da área econômica orquestrados pelo Sr. Meirelles.

É o momento de os explorados aproveitarem a desagregação do governo, a confusão e a divisão na base parlamentar das forças golpistas. Estão dispostos a se defender contra as reformas. Qualquer que seja o desvio dessa tendência geral servirá aos objetivos da burguesia de descarregar a crise capitalista sobre a maioria oprimida.

A linha traçada pelos partidos governistas somente poderá ser espatifada se a classe operária retomar a greve geral e as grandes manifestações. É preciso, portanto, rechaçar a política das centrais e do PT de subordinar o combate às reformas à estratégia das eleições presidenciais. Política essa ajustada à disputa interburguesa e que acaba condicionando quase toda a esquerda.

Se prevalecer a eleição indireta, o mais provável é que o PT e aliados se metam nesse processo e coloquem de lado as eleições diretas. Alertamos que corremos o risco de retroceder no terreno conquistado nas manifestações de 15 de março e na greve geral de 28 de abril. As direções sindicais já haviam desativado o movimento quando veio à luz a delação de Joesley, da Friboi. A retomada das manifestações já não teve por base a luta contra as reformas, mas sim por eleições.

Esta manifestação de 24 de maio foi marcada para protestar contra as reformas e o governo golpista. É preciso que cumpra esse objetivo. Defendemos que deva servir para retomar o curso da greve geral.

A burguesia está unida em torno das reformas. Resistirá de todas as maneiras ao movimento das massas. Sua capacidade de resistir, porém, depende de nós mesmos. Temos de aumentar nossa força social. Foi um importante passo que os explorados deram com a greve geral. Mas foi apenas um passo. Temos de caminhar para a greve geral por tempo indeterminado. Para isso, é preciso convocar as assembleias gerais e organizar os comitês de base em toda a parte. Estreitar os laços dos sindicatos com o movimento camponês e com os movimentos populares. Uma só força em uma indestrutível frente única dará vitória à nossa causa.

Operários, camponeses e juventude, empunhemos a tarefa de organizar uma nova greve geral! Retomemos a greve geral do dia 28 de abril e marchemos no caminho da greve geral por tempo indeterminado!

Abaixo as reformas antinacional e antipopular do governo, do Congresso Nacional e da burguesia! Abaixo o governo burguês, golpista, e corrupto de Temer! Lutemos sob a estratégia de poder próprio! Por um governo operário e camponês!