• 16 nov 2019

    POR da Bolívia – O governo provisório da oligarquia agroindustrial se inicia banhando de sangue os cocaleiros mobilizados

Comunicado do Partido Operário Revolucionário da Bolívia

O governo provisório da oligarquia agroindustrial se inicia banhando de sangue os cocaleiros mobilizados

15 de novembro de 2019

Está claro que o governo provisório não representa os oprimidos e explorados, operários, camponeses, classe média empobrecida urbana. Representa os interesses da burguesia latifundiária, oligárquica, patronal e serviçal das multinacionais, juntamente com todos os partidos da velha direita entreguista, corrupta e antioperária.

O governo provisório, encarregado de convocar novas eleições gerais, se dirige a entregar a presidência a um novo verdugo dos trabalhadores e de todos os oprimidos.

Seu caráter ultradireitista, racista, saltou à luz imediatamente, quando arrancou a wiphala do edifício do Congresso, e seus partidários queimaram outra, desencadeando a fúria de amplos setores camponeses e urbanos de descendência indígena, para os quais a wiphala é um símbolo sagrado de sua nacionalidade. Lançaram-se em batalha contra o governo provisório. O MAS aproveita-se da situação, orientando o protesto pela renúncia de Áñez e retorno de Evo.

O único pilar de sustentação de fato com que conta o governo provisório são as forças de repressão: polícia e exército.

Diante da firmeza dos bloqueios camponeses nas principais cidades e mobilizações radicais, o governo optou pela solução militar sangrenta.

Repudiamos energicamente o massacre de cocaleiros no enfrentamento em Sacaba, que resultou em 5 mortos, dezenas de feridos a bala, e mais de uma centena de prisões.

A responsabilidade direta é da presidente interina, Jeanine Áñez, e do ministro de governo, o empresário hoteleiro, Arturo Murillo.

O POR se coloca diante deste governo – e do que possa ocorrer do processo eleitoral –para combatê-lo, organizar a resistência e a luta, desde as fileiras dos trabalhadores, camponeses, explorados e oprimidos, pelas reivindicações dos distintos setores dos explorados e populares, à margem da luta fraticida entre a nova e a velha direita, que pode empurrar o país a um estado de guerra civil.

Nem Evo, nem Mesa, nem o fascista Camacho!
Operários, camponeses e todos os oprimidos ao poder!