• 17 fev 2020

    Carta Aberta do POR – Aos sindicatos, centrais, movimentos e correntes identificadas com os explorados

Carta Aberta do Partido Operário Revolucionário

Aos sindicatos, centrais, movimentos e correntes identificadas com os explorados

17 de fevereiro de 2020

Chamamos as direções sindicais e políticas a organizarem o apoio ativo à greve dos petroleiros. A unidade na ação dos explorados é a condição para derrotar o governo pró-imperialista de Bolsonaro/Guedes. Está claro que o Congresso Nacional é serviçal do capital financeiro e da oligarquia antinacional.

A greve dos petroleiros ilumina o caminho do combate da maioria oprimida. Desde as mobilizações de abril de 2017, quando a classe operária rompeu anos de silêncio, e se colocou pela derrubada da reforma trabalhista, se manifestam tendências de luta no seio dos explorados e da juventude oprimida. Fomos à greve geral contra a reforma da Previdência.

Sentimos na carne que as centrais sindicais e as direções dos sindicatos não estiveram à altura para impulsionar toda a poderosa força do proletariado. Os petroleiros vinham ensaiando uma greve nacional. Já não suportavam a combinação dos ataques aos empregos e salários com o desmonte da Petrobras e a privatização.

Agora, o movimento alcançou altitude diante das medidas de Bolsonaro/Guedes/Castello Branco. Vêm quebrando o silêncio dos meios de comunicação. A sua firmeza indica que o confronto se intensificará. As medidas repressivas do governo e do Judiciário se tornarão ainda mais violentas.

Chegou o momento em que as centrais, os sindicatos, os movimentos e correntes que se reivindicam dos explorados não mais poderão ficar à margem, prestando apoio puramente verbal e moral. É hora de organizar uma grande mobilização nacional pelos empregos e salários; revogação das reformas trabalhista e da Previdência; fim da terceirização e incorporação dos terceirizados; derrubada da política de privatização e desnacionalização; reestatização sem indenização; direito irrestrito de greve, controle operário da produção. Essa plataforma é a base que unifica a maioria oprimida sob a direção da classe operária, que, neste momento, tem os petroleiros à frente.

Existem diversos ataques em curso por parte da burguesia e seus governos sobre os explorados. Os funcionários dos Correios, por exemplo, estão se mobilizando, e podem iniciar uma greve no começo de março. O funcionalismo público já indicou o 18 de março como dia de paralisação nacional. Vemos a necessidade de começar imediatamente a greve.

Os petroleiros compõem um setor operário estratégico: o energético. Reconhecemos a importância do combate que vem sendo dado pelas diversas categorias. No entanto, colocamos a necessidade de que se veja a transcendência da greve dos petroleiros. A produção, distribuição e circulação dessa importante matéria-prima ocupam um papel central na economia capitalista como um todo, não só no Brasil.

Esta greve se choca com as demissões (não só as da Fafen-PR) e com a política de desnacionalização e privatização. Choca com a prepotência patronal, que não cumpre as cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). Choca-se, em suma, com a política ditada pelo capital financeiro, de descarregar o peso da crise do capitalismo sobre os ombros dos oprimidos.

É enorme, também, a importância tática desta greve na atual conjuntura: a vitória dos petroleiros pode abrir caminho para novos avanços dos assalariados em todo o país na defesa de suas reivindicações; a quebra da greve dos petroleiros, inversamente, fortalecerá o governo e os capitalistas, interessados em destruir direitos, arrochar salários e abocanhar mais e mais da riqueza nacional em proveito próprio.

Daí a necessidade de apoiar ativamente a greve dos petroleiros! Exigimos das centrais, sindicatos, movimentos sociais e demais organizações dos explorados que realizem, em caráter de URGÊNCIA, MANIFESTAÇÕES em todas as principais cidades do país e onde mais for possível, além de convocar ASSEMBLEIAS EXTRAORDINÁRIAS para organizar a mobilização em solidariedade. A vitória dos petroleiros nos interessa diretamente, a luta deles é nossa também!

A mídia burguesa tem feito um silêncio criminoso em relação a essa luta, que já se encontra em seu 17o dia. O governo e a Justiça têm atacado duramente a greve com multas e outras medidas repressivas. Temos de rechaçar a repressão e defender o irrestrito direito de greve dos petroleiros e de todos os setores em luta. Abaixo toda a legislação antigreve! Em defesa das liberdades democráticas! Que a empresa e o governo atendam imediatamente as reivindicações! Em defesa dos empregos, salários e direitos! Abaixo a política de privatização e desnacionalização!

VIVA A GREVE DOS PETROLEIROS!