• 11 abr 2021

    1° de Maio – Chamado do POR às centrais, sindicatos, movimentos e partidos, que se reivindicam da luta dos trabalhadores

Chamado do POR às centrais, sindicatos, movimentos e partidos, que se reivindicam da luta dos trabalhadores

   11 de abril 2021

O Partido Operário Revolucionário (POR) se dirige às organizações dos trabalhadores e aos partidos políticos, que sempre organizaram o 1º de Maio, para que não deixemos de realizar manifestações em todo o país. Estamos a pouco mais de duas semanas do 1º de Maio, e não vimos iniciativas, que indicassem a organização do Dia Internacional dos Trabalhadores.

O POR entende que a excepcionalidade da situação, com o agravamento da crise sanitária, deve ser levada em consideração. Os cuidados com a contaminação não podem ser desconhecidos. O que não impede a realização de atos presenciais massivos no 1º de Maio. A excepcionalidade da situação, por outro lado, se traduz no agravamento das condições de vida da classe operária e da maioria oprimida. Não há como desvincular o horror da pandemia do flagelo causado pelo desemprego, subemprego, miséria e fome.

A coexistência do elevado número de mortes diárias nos hospitais e o avanço exponencial da miséria e da fome, até agora, não tiveram uma resposta à altura das organizações sindicais e populares. A espera que a burguesia e os seus governantes estanquem a bárbara sangria social tem tido como consequência política a renúncia da organização de um movimento das massas. Não temos conhecimento de um momento da história social, no Brasil, em que as direções, que controlam os sindicatos e os movimentos populares, tenham abdicado de tomar em suas mãos problemas tão graves e de trabalhar para que os explorados não ficassem completamente à mercê dos seus exploradores.

A decisão das direções de fecharem os sindicatos e de evitarem as manifestações foi fundamental para que a classe operária e demais trabalhadores mergulhassem em profunda passividade e se estilhassem, como força social capaz de defender a si própria. A decisão de se limitarem às reuniões, assembleias, comunicados e atos virtuais neutralizou as organizações operárias, cuja função é a de responder à exploração do trabalho, às consequências nefastas das crises capitalistas, e mesmo às situações excepcionais, como à da pandemia.

Não tem o mínimo sentido a negativa das direções de organizar e mobilizar os trabalhadores, com a justificativa da necessidade do isolamento social, quando a imensa maioria tem sido obrigada a ir ao trabalho, deixar suas casas, tomar os transportes coletivos superlotados e enfrentar filas das cestas-básicas, do auxílio emergencial, dos bancos, etc. A tragédia que se abate sobre a maioria oprimida e que persiste por mais de um ano é mais do que suficiente para deixar claro que a burguesia e seus governantes se mostraram incapazes de proteger a força de trabalho. Somente a classe operária e os demais explorados têm necessidade e interesse social de preservar a vida das massas, que movimentam a economia, entregando-se diariamente aos capitalistas, por um salário que mal dá para sobreviver. E que, agora, vem sendo atingido pela alta do custo de vida.

Quem não vê que o poder econômico vem ditando as possibilidades e limites de seu Estado em responder à catástrofe humana e econômica, impulsionada pela pandemia? Quem não vê que a correta orientação científica do isolamento social se choca com as leis econômicas do capitalismo e os interesses particulares dos poderosos grupos empresariais? Quem não vê que a sua limitada aplicação não tem conseguido alterar o curso ascendente da contaminação e mortes? Quem não vê que os monopólios farmacêuticos e as potências imperialistas vêm se valendo da crise sanitária para promover a guerra comercial?

Essas perguntas somente podem ser respondidas pelas direções, que não tenham alienado a independência política e organizativa dos sindicatos e movimentos. Sabemos que assim se passa. E, por isso, o POR vem lutando para que os trabalhadores exijam que suas organizações rompam a passividade e passem a trabalhar em favor das reivindicações próprias dos explorados.

Não podemos permitir que se repita o 1º de Maio do ano passado, que não existiu. A dura experiência comprovou que a renúncia à luta das massas permitiu à burguesia e aos seus governantes colocarem os interesses da ultraminoria exploradora acima das necessidades da imensa maioria explorada.

Esse 1º de Maio deve ser de rompimento da paralisia e de mudança da política passiva das direções para a política ativa da classe operária. Desde o início da pandemia, foi posta na ordem do dia a necessidade das organizações operárias e dos movimentos convocarem as assembleias, para aprovarem um programa de emergência próprio dos oprimidos e planejarem a luta sistemática em sua defesa.

Podemos dizer que a falta de resposta de classe à pandemia e à crise econômica resultou em uma tragédia política para os explorados. É preciso, portanto, dar um passo, para recuperar as forças sociais do proletariado e demais trabalhadores.  O 1º de Maio deve cumprir esse objetivo classista. Esse é o sentido geral da carta do POR às direções sindicais e políticas.

O POR vem perante as centrais, os sindicatos, os movimentos e os partidos defender a convocação de um 1º de Maio unitário, que aprove um programa de emergência próprio dos explorados e que convoque um Dia Nacional de Luta, com paralisações e manifestações. Que organize a retomada da luta, por meio de assembleias e constituição de comitês de base.

Por um 1º de Maio classista e unitário!

Por um programa de emergência próprio dos trabalhadores!

Pela convocação de um Dia Nacional de Luta, em defesa dos empregos, salários, direitos e vacinação universal, a começar pelos pobres e miseráveis!