• 26 ago 2021

    Nota do POR – Não à proibição de Dória! Pelo direito de manifestação dos explorados!

Nota do Partido Operário Revolucionário

Não à proibição de Dória!

Pelo direito de manifestação dos explorados!

26 de agosto de 2021

As centrais sindicais e movimentos decidiram realizar o ato de 7 de setembro no Vale do Anhangabaú. Os bolsonaristas obtiveram, de Doria, a Av. Paulista. Em seguida, o governador, arbitrariamente, proibiu qualquer manifestação no estado de São Paulo contra Bolsonaro, neste dia. Essa medida autoritária não deve ser respeitada. Que as direções sindicais e políticas da “Campanha Nacional Fora Bolsonaro” organizem, desde as fábricas, demais locais de trabalho e bairros, a ocupação do Vale do Anhangabaú. Se Doria pretende cercar o local com as tropas de choque, que o faça. Se Doria pretende favorecer o ato dos bolsonaristas, que o faça, colocando a polícia contra os manifestantes, que vêm lutando pelo fim do governo golpista, fascistizante e obscurantista.

Embora as condições para um golpe não estejam dadas, Bolsonaro, uma fração da burguesia e parte das polícias foram claros em se demonstrarem dispostos a uma aventura. Doria foi obrigado a afastar o chefe do Comando de Policiamento do Interior 7, da Polícia Militar de São Paulo, coronel Aleksander Lacerda. E o ministério público de São Paulo se viu na contingência de abrir um inquérito para apurar se houve “improbiedade administrativa”, por parte do coronel da reserva da PM, Ricardo Augusto Araújo, o que inclui também o coronel Lacerda. Não pode haver dúvida de que o presidente da República e os generais se encontram no comando do governo vêm agindo no sentido de mobilizar forças da reação. Doria, ao impedir as manifestações contra esse governo, favorece o golpismo.

É bem possível que os militares tenham dado um ultimato a Doria, para que o dia 7 de setembro, data oficial da independência do país, não seja tomado por manifestantes contrários a Bolsonaro. O Fórum dos Governadores indicou que se objetiva uma aproximação com Bolsonaro, no momento em que este apresentou um pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.

A crise política chegou a uma encruzilhada. O movimento pelo impeachment de Bolsonaro não consegue avançar, o choque entre o Executivo e o Judiciário se aproximou de uma ruptura institucional, e a potenciação da candidatura de Lula elevou a polarização no campo da disputa eleitoral. Os pronunciamentos de policiais e de homens de negócios em defesa de Bolsonaro e contra ministros da Corte são sintomas de desespero dos partidários do presidente, que procuram não perder o terreno conquistado com o golpe de 2016, a eleição de Bolsonaro e a militarização do governo.

O acirramento dos choques no aparato do próprio Estado explica a decisão de Dória, de entregar a Paulista para os bolsonaristas, e proibir a manifestação oposicionista. As centrais, portanto, não podem acatar a proibição completamente antidemocrática e favorável às forças golpistas. Há que recorrer às fábricas, demais locais de trabalho e bairros populares, para realizar uma grande manifestação no dia 7 de setembro. Para isso, é necessário transformar o “Dia dos Excluídos” em ponto de partida para a defesa dos empregos, salários e direitos trabalhistas. Há que se lutar por um programa próprio de reivindicações da classe operária e da maioria oprimida.

Toda força às manifestações de 7 de setembro!