• 29 abr 2022

    Manifesto do CERQUI – Por um 1º de Maio classista e internacionalista

Por um 1º de Maio classista e internacionalista

A classe operária deve reconquistar sua independência política

Lutar pelo seu próprio poder junto à maioria oprimida, para acabar com a opressão imperialista, para colocar os meios de produção a seu serviço

O capitalismo em completa decomposição nos afunda na miséria, no desemprego, nas migrações, na precarização salarial, na perda constante de direitos e na guerra! Não foi capaz de defender a vida humana diante da terrível Pandemia. Sua sobrevivência nos condena à barbárie.

           28 de abril de 2022

O capitalismo está nos afundando na barbárie. Os desempregados e subempregados são milhões, assim como os famintos, os pobres, os migrantes. A Pandemia agravou a situação, e custou mais de 6 milhões de vidas, e agora a guerra na Ucrânia ameaça transformar-se em uma nova guerra mundial, com suas consequências devastadoras. Suas consequências sobre as condições de vida já são descarregadas sobre nossos ombros.

A decomposição capitalista não para, e a guerra comercial promovida pelos EUA se transforma em guerra bélica. Somente a classe operária, com sua política, pode parar este desastre, com seus próprios métodos de luta, com suas organizações, dirigindo os oprimidos. É hora de acabar com a paralisia das direções sindicais, de romper com sua política conciliadora com os governos e os patrões.

Também é hora de as organizações que se reivindicam da classe operária revivam o internacionalismo, as bandeiras da independência política, que abandonem o pacifismo, e sua subordinação ao democratismo burguês. As ilusões nas vias parlamentares, eleitorais, constituintes desviam e dividem os combatentes, e levam a novas frustrações, seja no Chile, Colômbia, Peru, Equador, Brasil ou Argentina.

Devemos discutir como tomar em nossas mãos essa luta. Não esperemos que os burocratas ou reformistas mudem suas políticas, temos de lhes impor um curso de ação.

É imperativo preparar uma luta generalizada de todos os trabalhadores, pelo salário e aposentadoria suficientes, para cobrir o custo de vida, para acabar com o desemprego e a precarização do trabalho; por Moradia, Saúde e Educação públicas.

E também a luta para acabar com o saque aos nossos países, de nossos recursos. Como já foi demonstrado na história, é a classe operária quem deve dirigir a luta anti-imperialista, pelo não pagamento da dívida externa e interna, pela ruptura com o capital financeiro e seus planos, pela estatização do setor bancário e comércio exterior, pela expropriação do latifúndio; pela estatização dos setores vitais da economia, que estão nas mãos do grande capital e das multinacionais.

Devemos dizer que a solução das tarefas nacionais e democráticas somente pode ser cumprida pela classe operária no poder, junto com a maioria oprimida. Não há outra forma de transformar a economia, e colocá-la a nosso serviço. Não há meios-termos. A burguesia é uma classe antinacional, nada se deve esperar dela e de seu regime. Este regime de ditadura do capital não acabará por meio de eleições e constituintes. O caminho é a revolução social.

Os partidos e movimentos nacionais reformistas, burgueses ou pequeno-burgueses, mostram sua covardia e incapacidade de enfrentar o que chamam de modelo neoliberal. Estão de joelhos diante do capital financeiro, oferecem colaboração e cooperação. Sua prostração é definitiva.

A classe operária vive o drama da debilidade ou inexistência da direção revolucionária, que esteja à altura das necessidades históricas, e que expresse politicamente a rebelião das massas, que procuram abrir caminho, apesar de todas as dificuldades e bloqueios. O caminho para resolver as reivindicações e recuperar os direitos é a da ação direta das massas, é o de confiar em seus próprios métodos de luta, em sua própria organização desde as bases, constituir a direção revolucionária, com a certeza de que o capitalismo não pode ser reformado.

É necessário que a vanguarda com consciência de classe realize o balanço das frustrações com sua direção, desde a falência da social-democracia, que no início do século passado passou para o terreno do imperialismo, até a traição do estalinismo contrarrevolucionário, que levou ao colapso da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), e um avançado processo de restauração capitalista, onde os meios de produção tinham sido socializados, destruindo o partido bolchevique, acabando com os sovietes, dissolvendo a Terceira Internacional, perseguindo e liquidando grande parte da vanguarda que dirigiu a Grande Revolução de 1917. As políticas do estalinismo levaram a frustrações e derrotas em todo o mundo, em nome da “coexistência pacífica com o imperialismo” ao qual consideravam “democrático”; o respeito à partilha do mundo, acordado no final da Segunda Guerra Mundial; a política de organização das frentes populares com a burguesia; sua concepção etapista da revolução; etc. Hoje, estão integrados e colaborando estreitamente com os governos burgueses.

E também devemos fazer um balanço do lugar da Quarta Internacional, que não teve como cumprir o papel de direção revolucionária internacional, devido às correntes revisionistas que assumiram seu comando. Um balanço desde aqueles que chamaram a vanguarda a ingressar nos partidos comunistas ou nos movimentos nacionalistas burgueses nos anos 1950; desde aqueles que se entusiasmaram com o foquismo nos anos 1960 e 1970, acreditando que havia um caminho rápido para tomar o poder, e aqueles que agora se democratizam abertamente.

Esse balanço é necessário para poder reconstruir o Partido Mundial da Revolução Socialista, sobre as bases programáticas alicerçadas em 170 anos de luta consciente para transformar a sociedade, desde o Manifesto Comunista. Estabelecendo partidos “bolcheviques”, verdadeiramente comunistas, em cada país, sob a estratégia de revolução e ditadura do proletariado, construindo seu programa. Essa é a luta que temos travado desde o Comitê de Enlace pela Reconstrução da IV Internacional (Cerqui), sobre a base dos princípios do marxismo-leninismo-trotskismo.

Neste 1º de Maio, levamos as bandeiras do FIM DA GUERRA. Desmantelamento das bases militares da Otan e dos EUA da Europa, que vêm preparando esta guerra há vários anos, e não quer nenhum acordo de paz. Não às sanções econômicas e financeiras contra a Rússia!; Pela retirada das tropas russas da Ucrânia! Não é por essa via de opressão e da intervenção militar que a Rússia deve ser defendida; Pela autodeterminação da Ucrânia e pela integralidade do seu território, rechaçando que a solução passe por sua fragmentação. Existe um perigo real de que a guerra se espalhe ao longo do tempo e regionalmente, com mais mortes, migrações, destruição de fábricas, pontes, estradas, casas. Além disso, as consequências da guerra já estão sendo sentidas na economia, principalmente com o aumento da inflação, que corrói o valor do salário. É urgente pôr fim à guerra desencadeada pela OTAN!

Essas bandeiras serão conquistadas por meio da luta unitária da classe operária russa, ucraniana e europeia. Essas bandeiras devem ser erguidas como parte de uma campanha pelo FIM da GUERRA. Não se trata de tomar uma ou outra consigna isolada, pois, é um conjunto de medidas para unificar a luta.

O imperialismo procura destruir o que resta da propriedade nacionalizada, apoderar-se dos enormes recursos que a Rússia possui, desarmar seu poder militar, fechar definitivamente a etapa que se abriu com a Revolução Russa. Mas seu objetivo mais importante é a China, que disputa sua hegemonia no mundo, que tem de enfrentar a todo custo.

A classe operária internacional deve intervir para derrotar o belicismo do capitalismo em decomposição, que pode causar uma nova guerra mundial, uma terrível destruição das forças produtivas, empurrando-nos mais rapidamente à barbárie.

PELO FIM IMEDIATO DA GUERRA!

SOCIALISMO OU BARBÁRIE CAPITALISTA!

VIVA A REVOLUÇÃO E A DITADURA PROLETÁRIAS!

VIVA O COMUNISMO!

EDIFIQUEMOS O PARTIDO MUNDIAL DA REVOLUÇÃO SOCIALISTA!