• 18 mar 2024

    Pelo fim imediato das Operações assassinas da polícia de São Paulo

Abaixo a política criminosa de Tarcísio!

Pelo fim imediato das Operações assassinas da polícia de São Paulo!

Por um Tribunal Popular para investigar e punir os responsáveis pela matança na Baixada Santista!

O governador bolsonarista Tarcísio de Freitas e seu secretário de Segurança Pública, o sanguinário coronel Guilherme Derrite, estão realizando a maior matança de jovens e de trabalhadores na Baixada Santista. Autodenominaram de Operação Escudo e Operação Verão. A primeira iniciou em julho do ano passado e durou 40 dias, foi de terror para os moradores dos bairros pobres da região. Os que eram considerados suspeitos pela morte do policial militar da Rota, Patrick Bastos Reis, foram exterminados a mando do governador e de seu secretário. Oficialmente, foram computados 28 assassinatos. A segunda é ainda muito mais letal que a primeira. Em um mês, mais de quatro dezenas de moradores foram assassinados. Segundo Tarcísio, a Operação Verão não tem prazo para encerrar. O número de assassinatos cresce dia a dia. Já são 47.

Diante das denúncias de organizações de direitos humanos sobre a matança, Tarcísio respondeu “não estou nem aí”. Certamente, implementa o slogan da polícia de “bandido bom, é bandido morto”. Diz que a Operação Verão está a serviço do combate ao “crime organizado” e que o crescimento de mortes é consequência da “reação violenta de criminosos”. No entanto, vem sendo pressionado pelos organismos de direitos humanos, que exigem investigação e punição aos culpados. Faz parte das denúncias o fato de o governador rejeitar a decisão de implementar as câmaras nos uniformes dos policiais, impedindo que haja qualquer investigação sobre a polícia. A própria Ouvidoria de Polícia, mediante relatos de parentes de vítimas, considera, demagogicamente, que é preciso investigar os “excessos” policiais.

Na realidade, uma das promessas de Tarcísio foi e é o fortalecimento do Estado policial. Apoia-se em uma camada reacionária da classe média, para quem é preciso conter o crime organizado por meio de matanças, que tem como uma de suas atividades essenciais o tráfico de drogas. Justifica os êxitos das Operações militares como uma “exigência da sociedade”, usando o discurso de que não poderá deixar a sociedade refém da bandidagem. Ao invés de enfrentar a fração da burguesia narcotraficante, o governador leva a cabo o extermínio de uma parcela da população pobre, que inclui a juventude negra que vive na periferia. Assim, nos primeiros sete meses de governo, a polícia de Tarcísio eliminou 185 pessoas, um aumento de 24% em relação ao período anterior. As Operações na Baixada Santista vieram à tona porque concentraram em pouco tempo o maior extermínio. Mas, em todos os bairros pobres da capital, a polícia vem causando assassinatos diariamente. Trata-se, como dissemos, de uma política de Estado.

Por outro lado, as direções sindicais e dos movimentos sociais continuam “lamentando” a quantidade de assassinatos e insistindo para que o governo abra uma investigação sobre as ações dos policiais, sob a orientação de que há “excessos” e que é preciso que haja uma polícia “mais humanitária”. Até o momento, não houve nenhuma manifestação massiva contra essa matança. As manifestações são pontuais, geralmente motivadas pelo desespero das famílias, que estão assistindo seus filhos tombarem diariamente.

O Partido Operário Revolucionário (POR) denuncia os extermínios praticados pelo Estado policial, sob a máscara da democracia e da proteção à sociedade. Defende que as direções sindicais, estudantis e movimentos populares convoquem manifestações massivas contra a política criminosa de Tarcísio. Que a classe operária e demais trabalhadores se coloquem pelo fim das Operações militares do governador, exigindo que suas direções convoquem as manifestações.

Faz parte da campanha do POR mostrar que o aumento da criminalidade é consequência das contradições da sociedade de classe e da desagregação do capitalismo. Sua decomposição traz consigo o apodrecimento da sociedade de classes, onde uma minoria concentra toda a riqueza, enquanto a maioria padece com o desemprego, subemprego, fome e miséria. O fato da burguesia e de seus governantes não solucionarem o crescimento do número de jovens sem trabalho e fora da escola revela a total incapacidade de resolver uma tarefa, que é democrática. Essa massa de jovens, concentrada nas capitais, sem nenhuma perspectiva, tem sido arrastada pelo crime organizado, que é controlado pela burguesia narcotraficante. Burguesia essa que é protegida pelo próprio Estado, e pelos capitalistas que se valem dessa forma de mercadoria e transação financeira. Sem combater essa fração da burguesia não tem como erradicar o tráfico de drogas, que tomou conta da capital paulista, em particular da Baixada Santista, local de exportação da droga. A Cracolândia no centro de São Paulo retrata a barbárie à luz do dia. Trata-se de uma expansão mundial que afeta as massas oprimidas em toda a parte e impulsiona decomposição social de camadas inteiras da classe média.

A defesa de um contingente da população pobre, que não vê alternativa de sobrevivência a não ser se vincular a esse negócio mafioso da burguesia, contra a matança policial é um dever da vanguarda revolucionária. Para isso, a luta pelo programa da classe operária de defesa dos empregos, salários e direitos trabalhistas certamente é de proteção à maioria explorada e, em particular, à juventude oprimida. Diferentemente daqueles que pedem que o próprio Estado e suas instituições investiguem as ações da polícia, o POR defende os métodos próprios do proletariado, a luta direta, nas ruas, para constituir os tribunais populares, órgãos dos explorados para julgar e punir os crimes de Tarcísio e de seu Secretário Derrite.

O ato de 18 de março não deve alimentar a ilusão de que, por meio de eleições e da “democratização” do Estado, se encontrarão soluções para a tragédia do narcotráfico e de todo tipo de marginalidade que brota da sociedade de classes em decomposição. A questão não se resolverá nem com a brutal repressão policial, nem com a idealização de uma política de segurança pública menos letal. A juventude e pais de família não seriam arrastados à criminalidade se tivesse emprego, salário, direitos trabalhistas, moradia, saúde e educação a todos. Ao contrário, o capitalismo em decomposição impulsiona o desemprego, o subemprego, a informalidade, as favelas e os moradores de rua. O salário mínimo ajustado pelo governo Lula não cobre minimamente as necessidades da família trabalhadora. São milhões que ganham de 1 a menos de 1 salário mínimo. Com a reforma trabalhista e previdenciária, além da Lei da Terceirização, os assalariados estão sendo sacrificados na carne. No entanto, as contrarreformas de Temer e Bolsonaro continuam sedo aplicadas por todos os governantes.

O POR identifica a violência policial como consequência dessas contradições do capitalismo. O ponto de partida para combatê-la está na defesa do programa de reivindicações dos explorados e dos métodos de luta da classe operária. Devemos, neste ato, condenar a política obscurantista e reacionária do governador Tarcísio, mas com o objetivo de pôr em pé um movimento em defesa da unidade dos explorados e da juventude em torno às reivindicações fundamentais. Cabe a este ato levantar a bandeira de um Dia Nacional de Luta, com paralisações e bloqueios, pelos empregos, salários, direitos trabalhistas, pela revogação de todas as contrarreformas, por um Tribunal Popular organizado pelos sindicatos e movimentos para julgar os crimes da burguesia contra os trabalhadores e à juventude oprimida. Somente a luta consciente e organizada pode enfrentar o Estado policial e combater o capitalismo em decomposição.

Abaixo a política criminosa de Tarcísio!

Pelo fim imediato das Operações assassinas da polícia de São Paulo!

Por um Tribunal Popular para investigar e punir os responsáveis pela matança na Baixada Santista!

Pela convocação de um Dia Nacional de Luta, em defesa das condições de existência da maioria oprimida!